segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A nação macho!


Fazer listas é uma brincadeira. Mas fazer uma lista com o que você detesta nos homens acaba sendo uma purgação de pus negro armazenado nos escaninhos da alma ao longo de anos e anos. Você não sabe por onde começar? Então acompanhe a minha lista, talvez concorde com algum item.


Eu detesto indecisão. Homens que não sabem se querem ou se não querem, que não resolvem se ficam ou se vão embora, que instavelmente se equilibram entre a possibilidade de te chamar de namorada ou colocar um ponto final na história.


Eu detesto burrice. Homens que não enxergam além dos botões do seu paletó, que só conhecem da vida o que o suplemento de esporte estampa, que fogem de qualquer coisa ou pessoa que os façam mergulhar em si mesmos.


Eu detesto intelectualóides. Homens com suas leituras herméticas que vão do nada ao lugar nenhum, com seus exemplares de "Ulisses" debaixo do braço, homens que não entendem nada de lágrima, suor e esperma, mas adoram uma submodernidade do discurso pós-dialético.


Eu detesto inflexibilidade. Homens que fazem tudo sempre igual, que se desestruturam diante de um convite ao novo, que se estressam se estiverem sem guarda-chuva numa tempestade de verão.


Eu detesto excesso de ordem. Homens que nunca esquecem seus sapatos no meio do corredor, nunca pegam no sono no sofá, nunca enchem a casa de xícaras de café pela metade.


Eu detesto indiferença. Homens que não se abalam com a dor dos outros, cujos olhos atravessam tudo sem se importar com nada, homens que não vêem o outro e, por conseqüência, não se vêem.


Eu detesto desonestidade. Homens que sonegam seja lá o que for, que se apropriam descaradamente do dinheiro e do direito alheios, que se apropriam, mesmo que não descaradamente, do dinheiro e do direito alheios.


Eu detesto prepotência. Homens que exigem ser obedecidos, tiranos domésticos, homens que, na sua pequenez, precisam humilhar alguém para desafogar as humilhações por eles sofridas no dia-a-dia.


Eu detesto injustiça. Homens que tiveram dolorosas experiências afetivas e transferem seus traumas para a próxima incauta que aparecer, homens que cobram da atual namorada a conta que a ex deixou, homens que te sentenciam à morte por erros que você não cometeu.


Eu detesto superficialidade. Homens de roupas exóticas, tatuagens imensas e óculos estranhos que, por dentro, estão sempre de terno cinza.


Eu detesto vulgaridade. Homens que adoram mulherzinha, que se curvam diante dos seus cílios de boneca, seus caprichos e suas risadinhas infantis.Eu detesto covardia. Homens que fogem de colocar um ponto final em seus romances de verão, namoros ou casamentos, transferindo para a mulher essa responsabilidade.


Eu poderia continuar e continuar essa lista até cair exausta. Mas me dou conta agora de que tudo que eu detesto nos homens também é tudo o que eu detesto nas mulheres! Talvez, nas questões realmente fundamentais da vida, nós, homens e mulheres, não sejamos assim tão diferentes.

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